sexta-feira, março 03, 2006

Este texto desenvolve-se no tom que merece, e sem desejar ser um comunicado ou ensaio à moral ou às decisões que têm que ser tomadas.
O desespero ocupa-me a linha limite dos dias. Não aguento mais. Portanto, e sem me demorar muito, porque as notícias são dadas assim mesmo - a frio. A Joana vai de férias do blog. E atenção: de férias, repito. É tempo de ponderar, pensar, recolher-me para talvez encontrar de novo o sentido por que nasceu o primeiro esquerdo.
E para recordar, porque a memória é sempre curta (e faço questão de salientar que eu me incluo nestas linhas), este espaço nasceu quando a Raquel me enviou um presente muito bonito de Portugal para a Holanda. Estava eu no meu primeiro semestre cá, quando recebi o diário, daqueles meses da Raquel. Foi nesse momento que me surgiu a ideia de concretizar o primeiro esquerdo. Acontece que o primeiro esquerdo não é mais o primeiro esquerdo. Esta casa degradou-se. Cheira a mofo, perdeu o brio. Esta casa que outrora era fresca, com uma lareira especial de calor humano, é agora francamente, um evitar de tocar assuntos. Um tabu. Parece que alguém a deitou ao lixo. E presentes deitados fora de nada valem.
E anda aqui um assunto camuflado, a serpentear na sombra - todos sabem, ninguém fala.
Uma nota: prezo muito a liberdade de cada um; aceito decisões e a forma de ser e estar de cada um. Mas: não compreendo o silêncio demorado, e já amargo ou estragado do FACTO da Raquel (nossa amiga) ter um filhote.
Porquê esconder?
Afinal, e infelizmente a amizade tem barreiras. A amizade não é a mesma quando se iniciou este blog. Ou seja, perdeu sentido. Por isso, parto. Para tentar buscar ou recuperar o sentido. Aqui estarei para vos ler. Sempre. E estou disposta para renovar esta casa, pintar paredes, colocar chão novo. Todavia, para isso acontecer, é preciso que haja uma atitude de respeito por uma amizade que parece esquecida. Principalmente para comigo, a Lila e as Anas. Porque essa ponte está por um fio. E eu já tentei martelar para a compôr, mas o que recebi foi um vento gelado de uma voz muito distante. Não estou para quem não está comigo. O que aconteceu não faz sentido nenhum. Mas se faz, por favor explica. Mas não te sintas obrigada. Porque aqui ninguém faz favores a ninguém.

p.s. Eu, muito ingénua, ainda pensei, há algum tempo: Tenho de aceitar e perceber, e com certeza que mais tarde tudo se vai saber da melhor maneira.

Joana

1 Comentários:

Às 23:31 , Anonymous Anónimo disse...

E assim crescem distâncias, coisas de mulherzinhas. Tão depressa são de peito, como se refugiam noutra paisagem qualquer.

Sua fonte não me espanta,
é bom nascer um golfinho,
o parir é causa santa,
principalmente no Minho.

X

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial