quinta-feira, janeiro 20, 2005

Entre as cortinas fechadas há uma linha de luz clara!

Se aparecer implica abrir cortinas, estores e portadas, deixo-me antes estar na luz tímida da frincha, que é o lugar onde se esconde o sol quando se sente envergonhado de tanta claridade...
Posso ficar deste lado a contemplar o espectaculo e o magnífico público, e sempre que houver um aplauso sinto que me pertence, só porque estou entre as cortinas abertas de um palco e os bastidores, no espaço que pertence ao silencio. Para cada cena empurro os cenários, mudo as cores à luz, a tinta dos olhos da atriz, aperto o cinto do actor que, de cada vez que ergue a espada, afroucha o cinto laço: faço parte da costura, do corte, da luz e do som de uma peça dramática que é a vida, e às tantas é a minha... Para já, estou deste lado da cortina, sem contacto com a esgrima do actor ou a sedução da actriz, ou o impulso vibrante do aplauso, ou a gelida indiferença do assobio que silva nos meus ouvidos sempre que qualquer vida tropeça em palco...
Viver num bastidor pode ser o centro de todos os "bem-querer" e o lugar mais afastado do corredor de luz dos holofotes, mas onde sempre existe aquela faixa de luz que se estreita nas cortinas e ameiga as nossas vidas de sonhos e expectativas...

Vossa Quel ("entre-abrindo" a cortina)

3 Comentários:

Às 17:10 , Blogger primeiro-esquerdo disse...

Estou muito contente por teres aparecido...
lila

 
Às 21:29 , Anonymous Anónimo disse...

Olá Raquel já chegas te ao nosso blog que bom!!! Só falto eu :( Vou me esforçar para aparecer mais vezes e escrever qq coisa!!! vou tentar abrir a cortina...Beijinho e adorei o texto.

 
Às 21:29 , Anonymous Anónimo disse...

Olá Raquel já chegas te ao nosso blog que bom!!! Só falto eu :( Vou me esforçar para aparecer mais vezes e escrever qq coisa!!! vou tentar abrir a cortina...Beijinho e adorei o texto.

 

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