sexta-feira, março 24, 2006

Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos charmar-te-ei amor.

Eugénio de Andrade
in "As mãos e os frutos"

quarta-feira, março 22, 2006

EU...

...e as saudades de estar contigo Jo, Catarina, Diana, Sílvio. Que falta me faz o vento que faziam soprar sobre mim.

...e o amor confuso, disperso, perdido, esquecido, a escorregar-me pelas mãos e eu sem nada fazer.

...e a vida a testar-me, a atacar-me, a surpreender-me, a tirar-me certezas, a tirar-me a própria vida.

...e a alma a deambular aqui, ali e em lado nenhum.

...e o esquecimento do que é realmente importante.

L.

quinta-feira, março 16, 2006

A Queda

Da minha idéia do mundo
Caí...
Vácuo além de profundo,
Sem ter Eu nem Ali...

Vácuo sem si-próprio, caos
De ser pensado como ser...
Escada absoluta sem degraus...
Visão que se não pode ver...

Além-Deus! Além-Deus! Negra calma...
Clarão de Desconhecido...
Tudo tem outro sentido, ó alma,
Mesmo o ter-um-sentido...

Fernando Pessoa

quarta-feira, março 15, 2006

areia sobre areia...fui conduzida quase sem explicação até à "praia" (litoral)...
amigas, em principio será essa a minha "especialidade"...digamos que mais uma vez a vida trocou-me as voltas e vou iniciar um caminho novo de aprendizagens...
a nossa vida é mesmo assim:)

beijinhos

P.

Hemos perdido aun este crepúsculo.
Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.

He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.

A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol entre mis manos.

Yo te recordaba con el alma apretada
de esa tristeza que tú me conoces.

Entonces, dónde estabas?
Entre qué gentes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?

Cayó el libro que siempre se toma en el crepúsculo,
y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.

Siempre, siempre te alejas en las tardes
hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.



Pablo Neruda, 1924

terça-feira, março 07, 2006

Orgulho



Queridas Amigas..
Já que a Dona Lila ficou caladinha eu mostro-vos a nova revista nacional: cá está a Bons Vícios, edição zero. Aproveitei também pra destacar parte da Ficha Técnica :) IhIHIh
E aí está a nossa Lila, numa banca perto de vocês :) Hmmm.. JO, a ti é mais VIP, chega a casa :) ihihi
Bjinhos da Vossa Anita

Em construção.

segunda-feira, março 06, 2006

Mulherzinhas e Golfinhos

"Coisas de mulherzinhas" é viver com maior respeito e seriedade a amizade. É torná-la mais forte, mais profunda...
Se ser-se "mulherzinha" é pôr o Primeiro-Esquerdo no lixo, como se nada fosse, então prefiro morrer criança.
E se é assim tão fácil ser-se num dia "de peito", e noutro dia refugiarmo-nos "noutra paisagem", então a vida não faz sentido... porque o que se viveu foi tratado com superficialidade, com desprezo, como se de uma peça de roupa velha se tratasse... e a vida é mais do que isso. É bela demais para ser vivida deste modo.
Sim... "é bom nascer um golfinho, o parir é causa santa" e, por isso mesmo, é algo para se gritar ao mundo. Que "golfinho" é feliz ao saber que quem o pariu o escondeu como se dele tivesse vergonha... o escondeu de pessoas que o ansiavam ver, para o cobrir de beijos e de amor (?!)
Se o nascimento de um golfinho é fonte de mentira e separação, que "causa santa" é essa?!
Para mim (e como sonho eu por esse momento!) o nascimento de um "golfinho" será tamanha felicidade que nela caberá, mais do que nunca, o Primeiro-Esquerdo. Porque os laços serão ainda mais fortes e o amor entre nós ainda mais sincero. O meu "golfinho" terá a felicidade de conhecer as meninas que são mais de primeira do que de esquerda.
...Respeito. Mas não aceito. Pois é isto que faz a diferença entre termos principezinhos na nossa vida ou não...
Mas, eu ainda acredito no Primeiro-Esquerdo e por ele vou lutar. Porque o que importa é quem fica. Porque ainda sinto que somos um lar suspenso por uma ponte. Porque ainda há mãos que estão dadas e laços que não se desfizeram.
Joana, entre nós nunca houve barreiras, nem haverá. Para mim este LUGAR (lembraste desta palavra, acarinhada em Geografia Humana??) foi um presente que me deste a partir de Holanda. Visitei-o, pela primeira vez, vertendo lágrimas de saudades... que falta me fizeste! Que falta me fazes! E este presente eu nunca o deitei fora. Por mim, por ti, pelo Primeiro-Esquerdo, volta... Vamos juntas renovar esta casa, pintar paredes, colocar chão novo... "Porque quem lava caras, lava lugares e tempos. Porque os planetas giram e não páram".
Estarei à tua espera. O tempo que precisares. Pronta a levantar a espada.
Amo-vos

Vossa LILA

sexta-feira, março 03, 2006

Este texto desenvolve-se no tom que merece, e sem desejar ser um comunicado ou ensaio à moral ou às decisões que têm que ser tomadas.
O desespero ocupa-me a linha limite dos dias. Não aguento mais. Portanto, e sem me demorar muito, porque as notícias são dadas assim mesmo - a frio. A Joana vai de férias do blog. E atenção: de férias, repito. É tempo de ponderar, pensar, recolher-me para talvez encontrar de novo o sentido por que nasceu o primeiro esquerdo.
E para recordar, porque a memória é sempre curta (e faço questão de salientar que eu me incluo nestas linhas), este espaço nasceu quando a Raquel me enviou um presente muito bonito de Portugal para a Holanda. Estava eu no meu primeiro semestre cá, quando recebi o diário, daqueles meses da Raquel. Foi nesse momento que me surgiu a ideia de concretizar o primeiro esquerdo. Acontece que o primeiro esquerdo não é mais o primeiro esquerdo. Esta casa degradou-se. Cheira a mofo, perdeu o brio. Esta casa que outrora era fresca, com uma lareira especial de calor humano, é agora francamente, um evitar de tocar assuntos. Um tabu. Parece que alguém a deitou ao lixo. E presentes deitados fora de nada valem.
E anda aqui um assunto camuflado, a serpentear na sombra - todos sabem, ninguém fala.
Uma nota: prezo muito a liberdade de cada um; aceito decisões e a forma de ser e estar de cada um. Mas: não compreendo o silêncio demorado, e já amargo ou estragado do FACTO da Raquel (nossa amiga) ter um filhote.
Porquê esconder?
Afinal, e infelizmente a amizade tem barreiras. A amizade não é a mesma quando se iniciou este blog. Ou seja, perdeu sentido. Por isso, parto. Para tentar buscar ou recuperar o sentido. Aqui estarei para vos ler. Sempre. E estou disposta para renovar esta casa, pintar paredes, colocar chão novo. Todavia, para isso acontecer, é preciso que haja uma atitude de respeito por uma amizade que parece esquecida. Principalmente para comigo, a Lila e as Anas. Porque essa ponte está por um fio. E eu já tentei martelar para a compôr, mas o que recebi foi um vento gelado de uma voz muito distante. Não estou para quem não está comigo. O que aconteceu não faz sentido nenhum. Mas se faz, por favor explica. Mas não te sintas obrigada. Porque aqui ninguém faz favores a ninguém.

p.s. Eu, muito ingénua, ainda pensei, há algum tempo: Tenho de aceitar e perceber, e com certeza que mais tarde tudo se vai saber da melhor maneira.

Joana

quinta-feira, março 02, 2006

Real Cork... Irreplaceable


A "minha" APCOR está em grande!!!
E pensar que eu estive por dentro do briefing desta campanha, assisti a todas as propostas de comunicação que daí surgiram e vi este projecto nascer...
Pronto, pronto... é o "bichinho" da cortiça a falar... mas como disse a minha querida Cláudia Pimenta: "uma vez em contacto com a cortiça, nunca mais ficas indiferente..."

L.

Fonte: http://www.realcork.org/


Joana na neve...com o Jon (turco) e a Terri (indonésia)!

quarta-feira, março 01, 2006

Eu...estive aqui


Entre montes e vales...eu estive aqui...bem perto do céu:)
Parque Natural do Alvão

P.